sábado, 31 de julio de 2010

AGRONEGOCIOS BRASIL - CELEIRO DO MUNDO

AGRONEGÓCIOS - Brasil diversifica e lidera comércio agropecuário / Eline Santos
Líder mundial na exportação de açúcar, carnes bovina e de frango, café em grão e suco de laranja, o Brasil se consolida, a cada ano, como celeiro do mundo.

Ao completar 150 anos, nesta quarta-feira (28), a história do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirma o slogan "Alimentando o Brasil, Produzindo para o Mundo". O órgão é responsável pelo acompanhamento da demanda interna e envio de excedentes ao mercado externo. A política nacional de incentivo às exportações passou, nos últimos cinco anos, pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI).

O setor foi criado em 2005, com o propósito de fortalecer o relacionamento do comércio exterior agropecuário brasileiro. Para o titular, Célio Porto, a secretaria é a interface do Ministério da Agricultura com o mundo. "A SRI tornou-se a agenda internacional mais proativa, com missões frequentes, para negociação e abertura de mercado", destaca.

Nos últimos dois anos, a secretaria comandou o processo de escolha da primeira equipe de adidos agrícolas que, desde junho, ocupa postos estratégicos na África do Sul, Argentina, Bélgica, China, Estados Unidos, Japão, Rússia e Suíça. Esses profissionais defendem os interesses do Brasil e identificam oportunidades de exportação dos produtos nacionais. "Os adidos agrícolas vão ajudar o governo brasileiro nas questões de abertura e manutenção de mercados, corrigindo e antecipando eventuais problemas", explica Porto.

Diversificação - A receita dos embarques de produtos agropecuários brasileiros, em 2009, foi de US$ 64,7 bilhões e, mesmo com a crise que afetou a economia mundial até meados do ano passado, o agronegócio sustentou 42,5% das vendas externas do País. Em 1970, os embarques internacionais somavam US$ 2,3 bilhões e eram responsáveis por 70% da pauta exportadora, com foco praticamente no café em grão, açúcar, algodão e cacau. Só o café em grão somava um terço das exportações gerais do Brasil, enquanto o binômio café e açúcar totalizava 70% dos embarques agropecuários. A partir dos anos 80, a soja se destacou e o País ampliou e diversificou a oferta de produtos agrícolas.

O diretor de Promoção Internacional do Agronegócio, Eduardo Sampaio Marques, explica que o salto na atividade exportadora deve-se ao incremento da demanda mundial nos últimos 50 anos. "Houve crescimento de renda, população, expectativa de vida e, ainda, um forte processo de urbanização. Graças às características de clima, solo e abundância de água, desenvolvimento de tecnologia, empreendedorismo do produtor rural e políticas públicas, o País aumentou a participação no mercado externo em mais de mil por cento", afirmou. Atualmente, 215 nações compram a produção agropecuária brasileira.

Principais produtos - O complexo soja é o principal item exportado no Brasil, sendo responsável por quase um terço da pauta. No último ano, foram 42,3 milhões de toneladas embarcadas, com receita de US$ 17,2 bilhões. O País é o segundo maior exportador mundial de soja em grão, atrás apenas dos EUA. Compram o produto brasileiro 46 países e, em 2009, as vendas totalizaram US$ 11,4 bilhões. A China, como importador individual de produtos agrícolas nacionais, é o principal destino. Com crescimento médio de 9% ao ano e inclusão de centenas de milhões de chineses no mercado de consumo, a nação asiática aumentou a demanda.

Outro destaque na balança comercial do agronegócio, as carnes são responsáveis por 18% das vendas internacionais do setor. O primeiro registro de embarque do produto foi na 1ª Guerra Mundial. De acordo com relatório do ministro dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio da época, Ildefonso Simões Lopes, foi um impulso para as vendas externas do produto: "As carnes congeladas, artigo inteiramente novo e cujo preparo e exportação só se iniciaram em 1914, já se firmaram como um dos mais relevantes elementos de riqueza nacional. Devido à conflagração universal, houve uma profunda modificação no comércio exterior do Brasil".

Dez anos - De 1999 a 2009, o agronegócio brasileiro apresentou resultados que privilegiam o desempenho do País no comércio internacional. A soja em grão, por exemplo, passou de US$ 1,5 bilhão para US$ 11,4 bilhões, as vendas de carne de frango saltaram de US$ 892 milhões para US$ 5,3 bilhões e a carne bovina, de um rendimento de US$ 815,2 milhões na última década, totalizou US$ 4,11 bilhões no ano passado.

Futuro das exportações - Estudo divulgado pelo Mapa, neste ano, aponta uma mudança expressiva do Brasil no mercado internacional em 2020. "A participação mundial das carnes bovina, suína e de frango passará dos 37,4% previstos para 2010, para 44,5% em dez anos", afirma o coordenador de Planejamento Estratégico, José Gasques.

A relação entre as exportações brasileiras e o comércio mundial mostra que, em 2020, as vendas de carne bovina representarão 30,3% do mercado, contra os 25% atuais. A participação da carne suína passará de 12,4%, em 2009/2010, para 14,2%, em 2019/20. A carne de frango terá 48,1% das exportações mundiais. Atualmente, o percentual é 41,4%. Segundo Gasques, os resultados indicam que o Brasil continuará na liderança das exportações mundiais de carnes bovina e de frango.

Os embarques de etanol têm estimativa de crescimento de 222,9%, passando de 4,6 bilhões de litros, na safra 2008/2009, para 15,1 bilhões de litros, no período 2019/2020. Também devem apresentar expressivo aumento as exportações de algodão (91,6%), leite (84,3%), carne bovina (82,8%), milho (80,3%), carne de frango (71,5%) e óleo de soja (52,8 %).

Fonte: MAPA (29/7/2010)

martes, 13 de julio de 2010

INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS NO CAMPO BRASIL

Brasil: estrangeiros aumentam investimentos no campo
5 Enero, 2010Publicado por Damián MoraisNos últimos sete anos o agronegócio brasileiro tem passado por um profundo processo de “estrangeirização”. Um estudo inédito do Banco Central revela que de 2002 a 2008, as atividades ligadas ao campo receberam US$ 46,9 bilhões em investimentos diretos estrangeiros (IED).

O valor equivale a 29,5% do IED total líquido ingressado no país no período, e a maior parte foi empregada na ampliação das operações da agroindústria fornecedora de insumos agropecuários.

O movimento de “internacionalização” das cadeias produtivas nacionais tem respaldo no avanço da concentração da posse da terra em mãos de poucos brasileiros e a atração cada vez maior de estrangeiros para esse tipo de investimento. Nos 11 Estados responsáveis por 90% desses registros, há 1.396 municípios com comunicado oficial de terras compradas por estrangeiros, segundo cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – 124 desses municípios têm metade das áreas de médias e grandes propriedades em nome de estrangeiros. No total, há 3,6 milhões de hectares em mãos estrangeiras nas regiões Sul e Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas, Bahia, Pará, Tocantins e Amazonas.

O capital internacional tem buscado, no Brasil, o alto potencial das terras locais para produzir commodities e matérias-primas para biocombustíveis. Mas o dinheiro estrangeiro também mira a valorização dessas terras. As recentes incorporações das usinas da Santelisa Vale pela francesa Louis Dreyfus e do grupo Moema pela americana Bunge reforçam a tendência de consolidação da presença estrangeira. No ano passado o agronegócio recebeu 20% de todos os IEDs no Brasil. Em 2009, o BC projeta US$ 25 bilhões de investimentos estrangeiros no país – e o campo deverá absorver entre US$ 5 bilhões e US$ 7,5 bilhões do total.

O Incra, responsável pelo controle das informações da posse da terra no país, está preocupado com o avanço estrangeiro. “A terra é um meio de produção finito. Há uma forte disputa pela terra, que foi acirrada pelas crises mundiais de energia e de alimentos”, avalia o presidente do Incra, Rolf Hackbart. O estudo do BC aponta que o movimento de “internacionalização” ajudou a elevar a produção doméstica no curto prazo, mas aumentou a concentração agroindustrial e reduziu o valor da produção agrícola no período. Segundo Rolf, a solução seria aprovar regras mais duras de controle sobre a posse dessas terras. “Não é xenofobia, mas a defesa da nossa soberania sobre o uso dessas terras”, afirma ele.

Desde 1997, o Palácio do Planalto avalia alterar as regras para restringir o capital estrangeiro na compra de terras. A Advocacia-Geral da União (AGU) deve apresentar nova norma para equiparar empresas nacionais com capital estrangeiro às companhias controladas por acionistas não-residentes no país ou com sede no exterior.

O estudo do Banco Central alerta, ainda, que o processo de concentração da produção e das exportações do agronegócio tem contribuído para elevar as diferenças regionais na geração de riqueza. Além disso, o BC afirma que a indústria de insumos tem pressionado para baixo os preços ao produtor. Quanto maior o IED na agroindústria, menor o valor da produção agropecuária. A cada aumento de 1% no IED no segmento, haveria redução de 0,22% na produção, diz o estudo. Isso porque a concentração agroindustrial, via fusões ou aquisições, eleva o poder das empresas e reduz os ganhos dos produtores.

Na análise do setor, o BC constata que os IEDs direcionam aportes para um grupo reduzido de produtos, como algodão, carnes, soja, óleo, etanol, açúcar e sucos de frutas, cuja participação no comércio internacional é relevante. Fatores como abundância de terras, competitividade e produtividade do agronegócio nacional têm atraído cada vez mais investimentos estrangeiros ao país.

O desempenho das exportações é um impacto positivo desse movimento. O BC calcula que a cada 1% de aumento nas exportações do setor, a produção agrícola cresceria 0,35%. A cada dólar investido na agropecuária, a produção aumenta R$ 18,90. E a cada dólar exportado, esse valor quase dobra para R$ 1,80. De acordo com o estudo, “isso fortalece a dependência dos produtores brasileiros da produção de commodities para exportação e as estratégias das empresas globais”.

martes, 29 de diciembre de 2009

CAMPO ATRAI UM TERCO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS

Campo atrai um terço do investimento estrangeiro
Mauro Zanatta, Fabiana Batista e Alda do Amaral Rocha, de Brasília e São Paulo
29/12/2009
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O interesse externo pelo agronegócio aumentou e se materializou no ingresso de US$ 46,9 bilhões
Quase um terço dos investimentos estrangeiros diretos (IED) feitos no país entre 2002 e 2008 se destinaram a atividades ligadas ao campo. O interesse externo pelo agronegócio aumentou e se materializou no ingresso de US$ 46,9 bilhões - 29,5% do IED total -, revela estudo inédito do Banco Central. Em 2009, apesar da crise e do arrefecimento da febre das commodities, algo entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões vieram ao país com a mesma finalidade.
A maior parte dos investimentos foi para a ampliação das operações da agroindústria fornecedora de insumos. A compra de terras avançou. Nos 11 Estados responsáveis por 90% dos registros, há 1.396 municípios com comunicado oficial de terras compradas por estrangeiros. Em 124 desses municípios, metade das áreas de médias e grandes propriedades está em nome deles, que, no total, têm a posse de 3,6 milhões de hectares nas regiões Sul e Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas, Bahia, Pará, Tocantins e Amazonas.
Os alvos são o grande potencial das terras para produzir commodities e matérias-primas para biocombustíveis, além da própria valorização das propriedades, como mostram as recentes incorporações das usinas da Santelisa Vale pela francesa Louis Dreyfus e do grupo Moema pela americana Bunge. Na moagem da cana, a fatia estrangeira dará em 2010 um salto de 8 pontos percentuais, para atingir 20% do total.
Fundos de investimentos e de hedge são os mais ativos na compra de terras brasileiras, avalia o professor Dung Nguyen, da Universidade de Pittsburgh (EUA), um especialista no assunto. "O interesse não é tanto de ir para o Brasil produzir alimentos, mas investir em terras com a expectativa de que elas se valorizem". O estudo do BC aponta que quanto maior o IED na agroindústria, menor o valor da produção agropecuária - quando a concentração agroindustrial aumenta e o poder das empresas cresce, os ganhos dos produtores diminuem.

viernes, 25 de diciembre de 2009

FABRICAS DE PAPEL E MADEIRA

Madeira: Negócio é alternativa de suprimento às fabricas de papel e móveis
Fundos florestais estimam investir R$ 4 bi no Brasil
Marli Lima e Stella Fontes, de Curitiba e São Paulo
23/12/2009
Texto: A- A+
A indústria brasileira de celulose e papel e setores que utilizam madeira como matéria-prima veem com otimismo o ganho de musculatura de um importante aliado: fundos de investimento com foco no negócio florestal. Nos próximos anos, a atuação das chamadas "timos", do inglês Timberland Investment Management Organizations, deve crescer no Brasil, na esteira da expansão de demanda por madeira e da reconhecida competitividade do país na área florestal. Conforme projeção dessa indústria, que ainda dá os primeiros passos no país, pelo menos R$ 4 bilhões em aportes deverão vir pelas mãos de investidores institucionais nos próximos cinco anos. Recentemente, os grupos Suzano , Klabin e Irani firmaram operações com fundos dessa natureza.

Somente no Paraná, segundo a consultoria Consufor, especializada em negócios de base florestal, mais de 50 mil hectares estão em análise por fundos de investimento e há a expectativa de que negócios sejam fechados no primeiro semestre de 2010. No Brasil, estima-se que as terras em negociação somem aproximadamente 200 mil hectares de área plantada, distribuídas em oito Estados, e há projetos em andamento para novos plantios, em parceria com indústrias do setor florestal ou não.

Os nomes das empresas e fundos envolvidos são mantidos em sigilo. "Todas as timos que atuam aqui estão em busca de mais negócios e outras devem desembarcar no país", diz uma fonte que não quer ser identificada. Nederson de Almeida, sócio da Consufor, afirma que o setor madeireiro passa por um momento único, depois de enfrentar dificuldades nos últimos anos por causa de câmbio e de queda nas exportações.

Segundo ele, os fundos de pensão veem as florestas como investimento atrativo, de baixo risco e retorno seguro no longo prazo. "2010 deve ser um ano aquecido", prevê. Neste semestre, Funcef e Petros injetaram R$ 550 milhões no Florestal Fundo de Investimentos em Participações (FIP), que pertence à Florestal Investimentos Florestais. A companhia tem como sócios a J&F Participações, que controla a JBS Friboi, e o empresário Mário Celso Lopes. A meta da Florestal, diz Lopes, é ater 215 mil hectares de florestas de eucalipto em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Segundo o principal executivo e um dos fundadores da Brazil Timber, José Leal, além dos fundos de pensão, outras fundações e seguradoras também são investidoras tradicionais desse mercado no exterior. "Há um crescente interesse do investidor pessoa física com patrimônio elevado", acrescenta. A Brazil Timber, diz Leal, foi a primeira companhia de capital nacional no setor e gerencia, atualmente, US$ 230 milhões em ativos florestais, valor que deverá duplicar em 2010 e novamente duplicar em 2011. "O Brasil está na moda e as florestas estão na moda. Floresta é hoje o sonho de consumo do investidor de longo prazo", garante.

A atuação das timos é antiga nos Estados Unidos e Europa, mas relativamente nova no Brasil. As primeiras aquisições feitas aqui ocorreram no Paraná e em Santa Catarina nos últimos 10 anos. "Hoje, as oportunidades não são tão abundantes como antes e os negócios estão se expandindo para outros estados, como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul", explica Almeida. Ele acrescenta que, antes, o interesse era focado em pinus, em florestas existentes, mas fazendas de eucalipto e novos plantios passaram a ser avaliados de três anos para cá.

O caso mais recente negócio envolvendo uma timo ocorreu na semana passada, quando a Suzano Papel e Celulose acertou a venda, por R$ 311 milhões, de cerca de 50 mil hectares de terras em Minas Gerais. Inclui 13 mil hectares de eucalipto que passaram para as mãos de dois fundos estrangeiros. A companhia vendeu ativos não operacionais, que não serviriam de base para futuras expansões nem para suprir suas fábricas atuais.

De acordo com o diretor de relações com investidores, novos negócios e estratégia da Suzano, André Dorf, trata-se de uma indústria nascente no país, que vai fomentar o mercado secundário de madeira. "Tanto o setor de celulose quanto outras indústrias que usam madeira serão atendidos. O primeiro impacto é a maior disponibilidade do produto", afirma. Ele pontua que a Suzano não avalia no momento outras operações nos moldes da firmada com os fundos Mata Mineira Investimentos Florestais e Fazenda Turmalina Holdings.

Outra transação foi feita em setembro, quando a Celulose Irani informou que vendeu 3,2 mil hectares de terras com florestas de pinus em Caçador (SC), por R$ 27,5 milhões. Quem gerencia essa floresta agora é a GFP, o maior e mais antigo fundo em atuação do Brasil. Numa variação desse tipo de parceria entre indústria e investidores, a Klabin, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, iniciou neste semestre o plantio de florestas junto com um fundo europeu. O contrato prevê aporte inicial de US$ 20 milhões do parceiro e US$ 5 milhões dela, que também entrou com a tecnologia florestal.

Reinoldo Poernbacher, diretor-geral da Klabin, disse que contribuiu para o desenvolvimento desse modelo de negócio a queda da taxa de juros e do risco Brasil, que antes levavam os investidores estrangeiros a pedir taxas de retorno muito elevadas. Isso inviabilizava as parcerias. No longo prazo, investidores poderão responder por 20% da sua base florestal, ante 20% de fomento e 60% de área própria.

Para o analista Leonardo Alves, da Link Corretora, o modelo de parceria com fundos parece mais interessante às produtoras de papel do que para as fabricantes de celulose, que têm na área florestal um importante fator de rentabilidade. "As empresas de celulose investem pesadamente na genética das florestas porque elas são estratégicas do ponto de vista de margens", aponta. Os produtores brasileiros já contam com a vantagem do ciclo bem mais curto do eucalipto relativamente às florestas cultivadas no Hemisfério Norte.

miércoles, 16 de diciembre de 2009

EMBRAPA VIRA MULTINACIONAL

RUMO AO EXTERIOR - Embrapa se prepara para virar multinacional em 2010 / Célia Froufe
Estimulada por Lula, empresa quer mudar estatuto para se internacionalizar.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se prepara para aumentar sua atuação no exterior e passar também a receber royalties de seus cultivares - qualquer variedade de planta produzida por meio de técnicas de cultivo, normalmente não encontrada em estado silvestre.

Para isso, o conselho de administração da empresa aprovou na segunda-feira o texto de um anteprojeto de lei para mudar o estatuto. A intenção é que o projeto seja enviado ao Congresso no início de 2010.

"Temos urgência e vamos levar (o projeto) para o Congresso no próximo ano", disse o chefe da Assessoria Jurídica da Embrapa, Antonio Nilson Rocha.

Hoje, o estatuto da instituição não permite atuação fora do País. Mas a cada viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a demanda por serviços da Embrapa aumenta, segundo Rocha.

Lula se tornou o principal divulgador da excelência do trabalho da Embrapa, que incorporou à ação diplomática com os países emergentes. "Cada vez que o presidente viaja para um país diferente, a nossa demanda cresce e nem sempre podemos responder", disse Rocha.

Apesar de ter laboratórios virtuais nos Estados Unidos, na Coreia, Holanda e França, as ações da Embrapa no exterior hoje são limitadas pelo estatuto, que prevê atuação plena apenas dentro do País.

O trabalho externo ocorre apenas por meio de intercâmbios, termos de cooperação e de transferência de tecnologia. Daí a intenção de abrir escritórios em países de interesse do Brasil e também em nações que necessitem de conhecimento técnico brasileiro, como ocorre com Gana, na África.

Sem poder fazer despesa fora do Brasil, a Embrapa depende de parceiros externos para realizar algum projeto lá fora. Os gastos de intercâmbios e de pesquisa conjunta, por exemplo, são bancados pelo país que recebe os pesquisadores brasileiros, o que acaba limitando o desenvolvimento da companhia.

VERBA REFORÇADA

As perspectivas com o novo estatuto são de gerar riquezas para o Brasil e a de estimular o crescimento da agricultura doméstica. "A principal vantagem da mudança seria a possibilidade de recebermos royalties de cultivares que temos no Brasil. A ideia é obter recursos", explicou o chefe da Assessoria Jurídica.

Ele lembra que Lula também já demonstrou que gostaria de ver a estatal atuando de forma mais efetiva no exterior. "O presidente Lula quer que a gente tenha escritório internacional, mas não podemos ir hoje além do que a lei autoriza", disse.

O orçamento da Embrapa para o próximo ano deve ficar em R$ 1,8 bilhão, R$ 300 milhões a mais que em 2009, segundo indicação feita no relatório setorial da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Os técnicos da empresa esperam que essa verba seja reforçada depois que for aprovada a atuação da companhia no exterior.

Para Rocha, a empreitada dará retorno. "Não temos como mensurar a quantia necessária, mas o que entendemos é que nossas necessidades iniciais se pagariam posteriormente com o recebimento dos royalties", argumentou.

domingo, 19 de julio de 2009

30 % DE LA CARNE EXPORTADA EN EL MUNDO SALE DE BRASIL

AGRONEGÓCIOS - 30% da carne exportada no mundo sai do Brasil / Maria Gabriela Tonini
Em 2008 cerca de 30% de toda a carne bovina exportada no mundo teve origem no Brasil.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2008 as exportações de carne bovina do mundo totalizaram 7,5 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec). O Brasil exportou 2,2 milhões de tec segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), portanto uma representatividade de 30% aproximadamente.
Observe na figura 1 que desde 1996 a participação do Brasil no mercado mundial de carne bovina só aumentou. Passou de uma singela participação de 5,7% em 1996 para os atuais 30%, sendo que eu 2006 e 2007, essa parcela ultrapassou os 30%.
A melhoria do status sanitário do Brasil, o aumento da produção de carne, a melhoria dos processos de produção e industrialização favoreceram esse aumento na importância da carne brasileira no mercado internacional.

sábado, 18 de julio de 2009

PROYECTOS EN FERTILIZANTES

Vale prefere projetos próprios em fertilizantes
Valor Online , 17/07/2009 18:15
A Vale negou ter feito proposta para aquisição de empresas do setor de fertilizantes, embora tenha admitido ser frequentemente procurada por intermediários financeiros com o propósito de oferecer oportunidades de aquisição de empresas produtoras de fertilizantes.
"Contudo, tendo em vista a superioridade de nossas alternativas de crescimento orgânico, a Vale não realizou qualquer proposta com vistas a adquirir empresas do setor", diz a nota divulgada pela mineradora.
O comunicado da Vale foi divulgado um dia depois de a imprensa veicular notícias sobre uma possível oferta de US$ 25 bilhões para a compra da Mosaic, empresa produtora de fosfato e potássio controlada pela Cargill.
"Dado que dispõe de sólida posição financeira e possui clara estratégia de crescimento de sua capacidade de produção, a qual vem sendo implementada através de substancial volume de investimentos nos últimos anos, somando US$ 51,7 bilhões de 2004 até março de 2009, a Vale se constitui naturalmente em alvo de rumores e especulações sobre aquisições de empresas de mineração", acrescenta o comunicado da Vale.
No documento, a mineradora admite que a expansão de suas atividades no setor de fertilizantes é um objetivo estratégico, mas lembra que há diversas formas de concretizá-lo com oportunidades de crescimento orgânico.
Entre as opções listadas pela Vale estão os projetos de desenvolvimento de ativos para a produção de potássio de Carnalita, no Estado de Sergipe, no Brasil; Rio Colorado e Neuquén, na Argentina; Regina, no Canadá; e Evate, em Moçambique.
"A execução desses projetos transformará a Vale num dos líderes globais na produção de potássio, com produção estimada em mais de 12 milhões de toneladas anuais", afirma a nota.
A empresa diz ainda que o retorno esperado dos projetos próprios é maior que aquele proporcionado por aquisições no setor.
A Vale desenvolve ainda o projeto de Bayóvar, no Peru, com investimento total orçado em US$ 479 milhões e capacidade de produção anual de 3,9 milhões de toneladas anuais de concentrado fosfórico. Até o final de junho deste ano, foram investidos US$ 159,3 milhões na construção de Bayóvar, cuja conclusão está prevista para o final de 2010. Numa segunda fase, Bayóvar poderá atingir produção total de 7,3 milhões de toneladas anuais.